2003 – “Tripa”

2003 – Montagem da exposição “Tripa” na Galeria da UnB, em Brasília. Período, de 04 a 05 de fevereiro de 2003.

Trata-se de uma série de desenhos feitos a partir de uma pesquisa sobre a passagem e a morte. Busca-se trabalhar com o conceito da efermidade da vida e degradação dos corpos, que passam, através do tempo, por experimentações e processos que vão deixando marcas e cicatrizes. Os desenhos são feitos de papel, linha e tripa de porco onde buracos/passagens são feitos no papel e a tripa é costurada nesses orifícios criando um dueto de ligação. A tripa, intestino do porco, é retirada de sua função original e é reutilizada para o fechamento ou ligamento desses orifícios como forma de ligar o orgânico com o não-orgânico, a vida e a morte de revelar a decomposição da tripa e do papel.

2001 – “Labirintos”

Título: Labirinto
Técnica/material: Oxido de ferro e cimento sobre tela.
Dimensões: 100x100x4cm
Ano: 2001

“Labirintos” é uma série de pinturas sobre tela que tem como ponto de partida a passagem, e o interesse de discutir as múltiplas direções e possibilidades de escolha no espaço e sua mudança no tempo.

O labirinto é um rito de passagem que, essencialmente, é composto por entrecruzamento de caminhos, dos quais algum não tem saída e constituem assim impasses que retardam e confundem o passante. O Labirinto abre um mistério formando o local de passagem do conhecido para o desconhecido e convidando o atravessá-lo.

As pinturas, porém, são constituídas de uma série de sobreposição de imagens de labirintos, que juntas formam um labirinto imagético que confundem os olhos dos espectadores, que ao percorrer as imagens se perdem pela fusão das imagens, feitas pela deteriorização da ferrugem e do cimento, que unidas abrem novas possibilidades de escolha.

Essa fusão de labirintos e de passagens acaba com a convicção mítica de que existe necessariamente um caminho que leva a meta desejada, dessacralizando o espaço e gerando o medo da possibilidade de estar vagando indiferentemente sem qualquer significação.

Título: Labirinto
Técnica/material: Oxido de ferro e cimento sobre tela.
Dimensões: 100x100x4cm
Ano: 2001

Título: Labirinto
Técnica/material: Oxido de ferro e cimento sobre tela.
Dimensões: 100x100x4cm
Ano: 2001

Sem título – 2003
Óxido de ferro, cimento portland e resina plástica sobre tela

Título: Labirinto
Técnica/material: Oxido de ferro e cimento sobre tela.
Dimensões: 100x100x4cm
Ano: 2001

2001 – “Portais”

Projeto Prima Obra, na galeria da FUNARTE do Ministério da Cultura, em Brasília. Período de 20 de junho a 06 de julho de 2001.

PORTAIS é uma instalação sobre a morte, abordando-a como passagem, troca simbólica e sia banalizarão na sociedade capitalista.

A instalação é composta de três portais elaborados a partir de materiais bem específicos. Plástico, acrilon, tecidos e pluma sintética são utilizados a fim de criarem grandes portais. Ao invés de rígidas “passagens”, como as que articulavam socialmente a morte em iniciações “primitivas”, são estas passagens maleáveis, permitindo somente a dissocialização que a marte biológica traz para a sociedade capitalista seja escondida e disfarçada por esses conforme a necessidade.

A iniciação “primitiva” não era feita pelo homem para superar a morte, mas sim para articulá-la socialmente. Os candidatos à iniciação morriam “simbolicamente” a fim de renascer num troca recíproca entre os ancestrais e os vivos. Porém a dissocialização da morte faz com que o corpo pálido de vazio de seus signos crie um momento insuportável de esvaziamento. Para esconder esse momento, algumas sociedades têm uma certa necessidade em guardar a aparência externa do corpo intacta, eternamente jovem e cheia de vida, criando uma desordem simbólica e “banalizando” a morte.

A forma de portal simbolizando a passagem entre dois campos diferentes (morte e vida) abre sobre um mistério formando o local de passagem do conhecido para o desconhecido e convidando a atravessá-lo. Todos os portais são brancos e maleáveis dando acesso à revelação do conhecimentos, do mistério e da morte e permitindo que estes sejam sensíveis à força externas.

O Portal perde sua função de socializar a morte e passa a ser usado para superá-la. Então, da mesma forma que o corpo pálido perde seus signos e começa a decompor, os portais perdem suas forças simbólicas e são  “conservados” como corpos pálidos e sem vida, em câmeras de refrigeração até o momento e que estes serão novamente de alguma utilidade para a sociedade contemporânea.

Parte extraída do folder da exposição.

Ano: 2000
Técnica/material: couro sintético, voile e pluma sintética.
Dimensões: 2m x 2m x 0,30m
Foto: Marcelo Feijó

Título: Portal
Ano: 2000
Técnica/material: couro sintético, voile e pluma sintética.
Dimensões: 2m x 2m x 0,30m
Foto: Marcelo Feijó

Título: Portal
Ano: 2000
Técnica/material: couro sintético, voile e pluma sintética.
Dimensões: 2m x 2m x 0,30m
Foto: Marcelo Feijó

2000 – “Desejo de Morte”

Galeria de Bolso da Casa da Cultura da América Latina, em Brasília. Período de 31 de agosto a 21 de setembro de 2000.

Ano: 1999/2000
Técnica/material: Concreto armado, parafina e lâmpadas de inspeção.
Dimensões: quatro cubos de 40 cm (ver modo de instalação)
Foto: Marcelo Feijó

Desejo de Morte é uma intervenção – composta de cubos de concreto que contém lâmpadas de inspeção imersa em parafina – que propõe uma percepção visual da morte.

A morte, historicamente, tem sido encarada como fim e mistério. Um mistério que alimenta, no homem, um desejo de entendimento e controle do esvaziamento da vida do corpo. Tentamos chegar perto da morte, porém ninguém pode testemunhar a experiência da morte.

Ver a morte passa a ser um vazio que se coloca a nossa frente. O corpo esvaziado de seus signos é colocado em um túmulo que esconde a transformação de matéria orgânica em inorgânica, como um anteparo lançado a uma verdade mais subterrânea e mais temível que só é revelada a quem experimenta.

Parte extraída do folder da exposição.

Ano: 1999/2000
Técnica/material: Concreto armado, parafina e lâmpadas de inspeção.
Dimensões: quatro cubos de 40 cm (ver modo de instalação)
Foto: Marcelo Feijó