“Labirintos” é uma série de pinturas sobre tela que tem como ponto de partida a passagem, e o interesse de discutir as múltiplas direções e possibilidades de escolha no espaço e sua mudança no tempo.
O labirinto é um rito de passagem que, essencialmente, é composto por entrecruzamento de caminhos, dos quais algum não tem saída e constituem assim impasses que retardam e confundem o passante. O Labirinto abre um mistério formando o local de passagem do conhecido para o desconhecido e convidando o atravessá-lo.
As pinturas, porém, são constituídas de uma série de sobreposição de imagens de labirintos, que juntas formam um labirinto imagético que confundem os olhos dos espectadores, que ao percorrer as imagens se perdem pela fusão das imagens, feitas pela deteriorização da ferrugem e do cimento, que unidas abrem novas possibilidades de escolha.
Essa fusão de labirintos e de passagens acaba com a convicção mítica de que existe necessariamente um caminho que leva a meta desejada, dessacralizando o espaço e gerando o medo da possibilidade de estar vagando indiferentemente sem qualquer significação.